quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Cadê o manual desse bebê?



O aniversário da Ana Luiza no final da semana passado me deixou meio nostálgica, fazendo uma retrospectiva, recordando momentos únicos, sentimentos arrebatadores, emoções fortes e algumas situações de estresse que com o passar do tempo se tornam histórias pra rir de mim mesma ao perceber o quanto louca fiquei.

Assim que entrei em casa com a minha bebê nos braços bateu aquela insegurança de não vou dar conta. Desejei desesperadamente pelo menos um mês no quarto do hospital, afinal, lá eu teria alguém preparado para me dar suporte. Depois pensei melhor e desejei enlouquecidamente um pediatra a tira colo morando na minha casa, grudado em mim 24 horas por dia. Aí pensei melhor e decidi que o meu terceiro pedido para o gênio da lâmpada (falei do outros dois no post “Dedal, seringa e amamentação” ) seria um manual do seu bebê. Mas um manual bem detalhado do meu bebê, não um genérico que atenderia a todos.

Durante a primeira semana com a Ana Luiza recém-nascida em casa eu tive a certeza absoluta de que a natureza não era tão perfeita assim, pois se fosse as crianças nasceriam com um manual de instruções claro, detalhado, porém sucinto para facilitar mais a vida da mãe exausta.

Deixa eu contar o que rolou na primeira semana, além de muito amor, babação, encantamento, mamadas, fraldas trocadas e pouco sono.

Já na primeira noite eu senti a Ana Luiza quente. Peguei o termômetro e ela estava com febre. Amoleci, estremeci, fiquei dormente, mas consegui ligar para a doula que foi minha orientadora no curso de gestante. Ela imediatamente me perguntou como a Ana Luiza estava vestida. Apesar de ser janeiro no Rio de Janeiro, a criança estava com todas as roupas e mais algumas, e ainda enrolada na manta.

- Ela está é com muita roupa, por isso está quente. – Me explicou a doula.
- Mas o ar-condicionado está ligado!
- Mesmo assim. Qual a temperatura do ar? Como você está vestida?
- Estou com uma camisola fina de alcinha.
- E está sentindo frio? Por que a sua bebê tem que estar tão aquecida? Tira a roupa toda, dá um banho morninho, coloca uma roupa mais fresca que a temperatura voltará ao normal.

Dito e feito! Ela tinha razão! Depois do susto eu tinha aprendido a lição, né? Coloquei uma roupa super, mas superfresca mesmo. Algum tempo depois a Ana Luiza começou a chorar e quando peguei no colo a criança estava uma pedra de gelo. Caraca! Tô matando a minha filha com hipotermia, pensei. Na verdade congelei! Gzuis, que coisa difícil saber a roupa adequada para um bebê nesse verão louco do Hell de Janeiro! Cadê o manual para me dizer exatamente qual roupa utilizar na minha bebê a cada variação do termômetro?

Sobrevivemos à primeira noite em casa. Ufa!

O outro dia estava fluindo bem com mamadas, banhos, muito carinho e amor até que fui fazer mais uma das muitas trocas de fralda e o coração disparou: a fralda da criança estava cor de abóbora (na verdade não era tão cor de abóbora assim, mas eu enxerguei um abobrão). Acontece que eu estava tomando um remédio que o comprimido era laranja, daquela cor. Claro que eu achei que o meu remédio estava passando no leite para a minha baby. Aí pensei que se fosse o remédio o meu xixi também deveria estar alaranjado. Lá fui eu pro banheiro e o xixi estava clarinho. Aí pensei (mesmo com as pouquíssimas horas de sono eu ainda pensava): o forro da fralda é azul. Será que é a reação do xixi com resíduo de remédio com o azul da fralda que fez a cor laranja aparecer?! O que a mãe desesperada fez? O teste, é claro! Foi fazer, ela, a mãe, xixi na fralda. E nada! Xixi clarinho. Já tomada pelo desespero, achando que algo terrível estava acontecendo com a sua bebê frágil, delicada e muito amada, com as mãos trêmulas, liguei para a pediatra. E o pior, contei a experiência com o xixi na fralda para ela. Mas a médica, que não me conhecia ainda, pois a primeira consulta ainda iria acontecer, conseguiu me explicar sem rir na minha cara, que era normal, era apenas a bilirrubina, que estava sendo eliminada pela urina. Ufa! Cadê o manual dessa criança?!

Sério, hoje eu fico imaginando a cara da pediatra do outro lado da linha ouvindo a história da mãe louca que faz xixi na fralda da filha.

Refeita de mais esse susto, seguimos nossos dias na normalidade de uma rotina de recém-nascido. Até que fui fazer mais uma troca de fraldas e os joelhos bambeiam, o corpo amolece, a vista fica turva: sangue na fralda da criança. Era um sanguinho, mas para mim era uma hemorragia completa. Liguei desesperada para a pediatra. Tum, tum, tum, sinal de ocupado. Liguei mais desesperada ainda para a doula que me explicou que isso era normal, era uma minimenstruação que pode acontecer com as meninas recém-nascidas.

- Mas como ninguém avisa isso para as mães?
- Eu falei bastante disso nas aulas, Christiana.
- Mas como a gente vai lembrar disso quando se depara com a fralda da filha com sangue?
- Fica tranquila que vai passar logo. É normal.

Me diz como uma mãe fica tranquila vendo sangue em algum lugar do seu bebê? Liguei para uma amiga que o marido era pediatra e ele foi lá em casa me tranquilizar. Confirmou que era normal e examinou a Ana Luiza para me deixar tranquila.

Essas três experiências fortes, intensas e tensas rolaram logo na primeira semana. Vai dizer que não é para desejar desesperadamente um lindo manual ilustrado e tranquilizador?
A Autora:
Chris Ferreira

Chris Ferreira

Eu, uma mãe integral mesmo trabalhando em horário comercial, que procura equilibrar os diferentes papéis da mulher com prioridades e alegria.

Acredito que podemos levar a vida a sério, mas de forma divertida e é isto que eu tento mostrar no blog.

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8 comentários:

  1. Olá querida Chris, como apanhamos como mães de primeira viagem né, tenho histórias hilárias também, afff, ainda bem que elas sobrevivem kkkk, parabéns a sua filhota não mais tão filhota assim rsr, Bjosss

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  2. Ai Cris deveria ter um manual pra nós né, mais só colocam as coisas boas se formos procurar por ai ... Acho que toda mãe volta com essa insegurança e do mesmo jeito que ela vem ela vai embora né e aos poucos vamos tirando de letra essas situações

    Beijos Mi Gobbato

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  3. Ai Cris deveria ter um manual pra nós né, mais só colocam as coisas boas se formos procurar por ai ... Acho que toda mãe volta com essa insegurança e do mesmo jeito que ela vem ela vai embora né e aos poucos vamos tirando de letra essas situações

    Beijos Mi Gobbato

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    Respostas
    1. Nossa Chris, nem me fale desse sangramento nos primeiros dias...eu quase morri de susto quando olhei a fralda da Bia e vi sangue, comecei a chorar, a gritar, minha mãe ligando pra um médico, meu marido ligando pra outro e eu chorando...
      São tantas coisas né?

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  4. Hehehe, tô rindo ainda do seu relato Chris, pois tb passei algumas poucas e boas tb, hehehehe.
    bj,
    Alê
    http://www.dafertilidadeamaternidade.com.br/

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  5. Verdade querida, um manual facilitaria muito a vida da gente kkkk
    Que bom que tudo deu certo pra você e pra nós também. A minha sorte é que eu tive minha mãe por perto quando ganhei minhas filhas e ela me ajudou muito, mais só nos primeiro meses. Depois só por telefone mesmo kkkk
    Beijinhos!
    http://dulcineiadesa.blogspot.com

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  6. Ah Chris....
    Suas meninas estao tão moças e lindas... é para ficar nostálgica mesmo.
    Adorei as histórias e... CADE O MANUAL??? heheh
    bjs
    Lele
    http://www.eueleeascriancas.com.br/

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  7. Quem dera se eles viessem com manual que resolvessem todas as questões que temos dúvidas. Mas essa é a grande alegria de ser mãe. E eles crescem e ficam as lembranças.
    Bjks

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